terça-feira, 20 de setembro de 2011

PRECISAMOS SER COMO OFERTA DE MANJARES





Em Levítico 2:2 fala sobre como era feita a Oferta de Manjares. Como o próprio nome diz era uma oferta e não sacrifício. Esta oferta era feita com um punhado de flor de farinha, azeite e incenso. Este tipo de oferta era para expressar a gratidão espontânea para com Deus. Era uma oferta simples e que qualquer um poderia realizar, sendo ele rico ou pobre. Fazia parte da rotina do dia-a-dia das mulheres daquela época lidar com a farinha para produção de seus alimentos. A dedicação da vida expressava-se nas coisas simples da vida diária e é na simplicidade onde Deus reside. O sacrifício de Cristo na cruz foi perfeito e nada mais teve que ser levado em holocausto depois Dele. Mas olhando para o que Deus tem nos colocado a nossa frente, entendo que a Oferta de Manjares ainda precisa ver feita por nós, mesmo estando nos dias atuais, metaforicamente falando. A Oferta de Manjares era algo em que Deus se aprazia e que estreitava mais ainda os laços entre o Criador e a Criatura. Hoje ainda temos que ter este tipo de postura diante do Pai. Ele continua querendo estreitar os laços e ficar cada vez mais perto de nós. Vejamos cada elemento que fazia parte deste tipo de oferta. Eram usadas na Oferta de Manjares:
●o fogo: tipificava a provação de Cristo pelo sofrimento até a morte de cruz;
●o incenso: a fragrância da sua vida perante a Deus (Êxodo 30:34-37);
●a ausência do fermento: simbolizava a seu caráter voltado somente para a verdade, pois o fermento modifica a essência humana e transforma o caráter. Significa também o pecado (Êxodo 12:15);
●a ausência de mel: onde não existe a graça de Deus não havia a doçura do mel, pois o mel adoça a vida e trás prazer ao paladar assim como a Palavra de Deus, conforme a própria Palavra descrita;
●o azeite misturado: simbolizava a figura de Cristo nascido do Espírito (Mateus 1:18-23). O azeite tipifica o Espírito de Deus (I Samuel 10:1-6 e 16:12-13, II Samuel 23:1-2, Isaías. 61:1, II Coríntios 1:21-22, I João 2:27). Jesus viveu pelo poder do Espírito, e era cheio do azeite, do Espírito. Não basta o trigo moído como a flor da farinha, mas precisamos da unção do Espírito, pois sem ao azeite a oferta não era aceita. Veja a passagem das virgens de Mateus 25, elas eram boas sementes de trigo moído, mas somente as que tinham azeite foram aprovadas por Deus, pois elas foram prudentes em estar com as suas lamparinas com azeite.
●ungido com azeite: simbolizava Cristo sendo batizado com o Espírito Santo, renascido das águas (João 1:32 e 6:27);
●o forno: simbolizava os sofrimentos ocultos de Cristo (Mateus 27:45-46), suas dores, medos, angústias, receios, e aflições;
●a frigideira: simbolizava os seus sofrimentos mais evidentes e claros para todos que estavam ao redor de Cristo (Mateus 27:27-31)
●o sal: simbolizava o sabor da verdade de Deus e com isso impede a ação da fermentação na nossa vida e ele era um elemento que não poderia de forma alguma faltar na oferta. O sal significa a aliança de Deus. A aliança é figurada pelo sal, porque o sal tem a propriedade de tornar as coisas incorruptíveis, ou seja, não apodrecem. Isso nos indica que a aliança de Deus é eterna e imutável.
●a flor da farinha: simbolizava a pureza, perfeição e igualdade do caráter de Cristo e sendo que nenhuma qualidade sendo excessiva ou ausente uma da outra. 

O que envolve a forma de se obter este último elemento é no mínimo peculiar. No tempo do Antigo Testamento como de costume do povo hebreu, o trigo não era processado em moinhos, mas sim socados em um pilão e o que resultava disso era uma espécie de farelo grosso. Para que se obtivesse a flor da farinha era necessário muito esforço físico em socar inúmeras vezes este farelo até ele ficar bem fino. Depois disso ele ainda era peneirado e a aparência dele no final do processo, seria da farinha de trigo como a conhecemos hoje em dia. Voltemos o nosso olhar para o tamanho do esforço empregado para se conseguir um certo punhado deste produto. Por conta dessa dificuldade a flor da farinha era o que melhor simbolizava o sacrifício no servir a Deus. A flor da farinha era o principal elemento da oferta de manjares e representava a humanidade de Cristo que é refinada, perfeita, suave, equilibrada e correta em todas as maneiras, sem excessos e nem ausência. E isso representa a beleza, e a excelência do viver humano e do andar diário com Cristo. Para que Cristo fosse um sacrifico perfeito para Deus, Ele precisou viver uma vida perfeita e sem pecado. A flor da farinha é uma figura da vida pura e uniforme de Cristo no qual devemos nos espelhar e copiar. Dar a flor da farinha como oferta no templo indicava que a pessoa não tinha quase nenhuma posse, mas estava dando o melhor que ela tinha a Deus.

A flor da farinha, ou farinha fina, era o produto que simbolizava a cooperação entre Deus e os homens, pois Deus coloca o principio da vida na semente, dá também condições de se germinar com o sol e a chuva, e a faz crescer. O homem semeia a semente, cuida, colhe, mói para fazer a farinha e logo apresenta o produto do seu trabalho diante do altar do Senhor, ou prepara com eles bolos cozidos ao forno e isso tudo seria a soma do dom original de Deus mais o trabalho do homem. Deus nos dá muitas sementes para serem plantadas, mas o que mais lhe dá prazer é ver este número de sementes sendo multiplicadas conforme dita nas Escrituras. Ele não se satisfaz quando devolvemos para Ele a mesma quantidade de sementes a nós confiadas. Ao contrário, Deus quer que nós semeemos a semente, cuidemos, colhamos, limpemos de toda a impureza, tirando dela toda a vida mediante a trituração e logo a apresente a flor da farinha. Deus espera que cada talento, ou sementes, seja melhorado, refinado e enobrecido. Em pesquisa na Bíblia, foi encontrada 55 vezes a palavra flor da farinha começando em Gênesis indo até Ezequiel. Sendo tantas vezes mencionada ao longo das Escrituras, podemos verificar que se olharmos para farinha e desejarmos ter esta essência, estaremos desejando a essência de Cristo e assim no aperfeiçoaremos a cada dia, tratando de nossas dificuldade e limitações, pedindo ajuda onde não conseguimos chegar e sempre estar voltados para dar o melhor para Deus.

    Flor de farinha é um trigo bem moído. Um trigo nunca poderá se tornar flor de farinha mantendo a sua própria casca e formato. Nós comemos a massa sem nenhum momento imaginar como é que ela chegou até a mesa, mas para fazer esse alimento, primeiro teve que tirar a casca, e moer perfeitamente até ao ponto de não poder achar a sua forma original de trigo. O pão que é feito com flor de farinha, representa a Jesus Cristo. A casca, a carne de Jesus Cristo que foi tirada perfeitamente, e negando a sua forma, mantendo somente a forma que Deus se alegrou, e se tornou o pão que trás a vida para as pessoas. Enquanto Jesus vivia no mundo, nenhuma vez Ele violou a Palavra de Deus, a Lei. Assim como diz a escritura, por Jesus Cristo ser a flor de farinha, foi feito pelas mãos de Deus se tornando num agradável pão da vida.


Da mesma forma, para podermos ser utilizados como pães preciosos, todos os desejos da nossa carne terão que ser quebrados, moídos, triturados, seguindo a vontade de Deus. Nós conseguiremos quebrar os desejos da carne quando matarmos os comportamentos da carne pelo espírito conforme a Palavra de Deus diz. Quando o Espírito Deus habita dentro de nossos corações, então nos tornamos flor de farinha junto com Cristo, e consequentemente, nos tornando pães preciosos o qual Deus se alegra e que pode ser alimento para saciar a fome de muitos, pois o que reflete em nós é a figura preciosa de Deus.

Algumas são as perguntas a serem feitas e refletidas neste momento são, tais como:

QUE TIPO DE SEMENTE EU TENHO SIDO? QUE TIPO DE SEMENTE EU TENHO DADO? TENHO DIVIDIDO O QUE TENHO COM OS OUTROS? TENHO ALIMENTADO OS OUTROS? ESTÁ BOM PARA MIM O QUE TENHO FEITO, NA MINHA VIDA PESSOAL, EMOCIONAL, PROFISSIONAL, ESPIRITUAL E PRINCIPALMENTE PRA DEUS? ESTOU SEMELHANTE A FLOR DA FARINHA?


Cristina  Cunta - Espaço  Elohim